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Entrevista com Secretário de Ordem Pública de Volta Redonda, Tenente-Coronel Luiz Henrique Barbosa


Ele é um homem de poucas brincadeiras, quase obsessivo no seu trabalho, não abre mão da disciplina e do cumprimento da lei, seja quem for. Isso as vezes lhe custa algumas inimizades. Por outro lado, a população o respeita e o admira, e sua volta para ocupar um cargo público em Volta Redonda, foi muito bem aceita. Estamos falando do Tenente-Coronel, Luiz Henrique Barbosa, Secretário de Ordem Pública da Prefeitura de Volta Redonda. Fomos recebidos num dos raros momentos de folga do secretário, Vascaíno como eu, amigo de sempre, botamos a conversa em dia, um cafezinho e trabalho. Vamos conhecer o que é esse seu novo desafio


UA - Coronel, o que é uma Secretaria de Ordem Pública?

LH - Ela foi construída, com o objetivo de integrar todas as forças de segurança pública. Ela gerencia a CAU (Central de Atendimento Único), que recebe todas as demandas da população. Ela Coordena o CIOSP (Centro Integrado de Operações de Segurança Pública) que é o responsável de absorver esta demanda e passar para as viaturas e coordena também a Guarda Municipal, que é a força de segurança do Município. Tem um papel maior ainda, que é integrar as forças de segurança da Região com Volta Redonda.


UA - Vocês já vinham amadurecendo essa ideia ou ela surgiu agora?

LH- Nós sempre tivemos uma visão muito à frente das necessidades que Volta Redonda tem. Podemos ilustrar isso através da própria Patrulha Maria da Penha, criada em 2016, a Polícia Militar logo depois criou a dela, a nossa unidade de Guarda Comunitária que é a Polícia de proximidade, que nós criamos há algum tempo, com toda a estrutura, com apoio das associações de moradores, porque nós entendemos que a segurança pública não pode ter sucesso sem a participação efetiva da sociedade. E agora, recentemente foi criado o Bairro Seguro dentro da própria Polícia Militar. Somando tudo isso, o Prefeito Neto quis criar uma secretaria de ordem pública, para integrar essas ações que facilitasse que interligasse todos, para nós pudéssemos atingir um sucesso maior na segurança.


UA - A Secretaria de Ordem Pública lida com o Factual?

LH - Em parte sim, porque ela vai para as ruas e não vai só para gerenciar, ela vai participar das ações, então acaba lidando. Vamos ter alguns convênios com a própria segurança pública, com a Secretaria de Governo do Estado, já inclusive marcamos uma reunião com eles para vermos essas operações presentes como funcionam. A Secretaria está começando agora e 2022 também, então pretendemos começar de forma realmente efetiva.


UA - Coronel, muitos defendem que a melhor forma de combater a violência é investir na qualidade de vida das famílias, você concorda?

LH - Cada um tem sua maneira de ver as coisas, vou te passar o meu ponto de vista, primeiro vou falar de Volta Redonda, eu entendo que a mais importante segurança é a segurança primária que é de responsabilidade do Município, porque nós temos que preparar o ambiente. O crime para acontecer tem que ter três fatores, o criminoso, a vítima e o ambiente. Por isso eu falo sempre que a Prefeitura tem uma participação muito importante nisso, é como se fosse uma criança, sempre dou esse exemplo, uma criança quando nasce se está numa família que você dá um direcionamento, ela automaticamente vai crescer sabendo o que é certo e o que é errado, quando você tem uma Cidade que é abandonada, a tendência é que as pessoas percebam a ausência de segurança e se fortalecerem. Quando isso acontece, você passa para uma outra esfera, que é a esfera mais contundente da Polícia Militar, da repressão ao tráfico ao crime e de forma mais contundente. Então a prefeitura tem essa obrigação e isso estamos tentando modificar. Tudo aquilo que a segurança poder fazer a Ordem Pública, já estamos fazendo a retirada das bancas de jornais inativas e outras medidas para dar mais tranquilidade à população. Um outro exemplo que quero passar é a UPP, todo mundo diz que não deu certo, discordo, ela deu certo, ela cumpriu seu papel, a Polícia Militar cumpriu o seu papel, só que você tem que ter uma balança, assim como todos nós temos que ter uma balança em nossas vidas. Então se você entrar com segurança e não entrar saúde, educação, ações comunitárias de nada vai adiantar.


UA - Qual é o grande, ou o maior problema que enfrentam hoje as nossas forças de segurança?

LH - São o roubo de rua, o roubo de veículos, o roubo de cargas e o homicídio, porque eles afetam aquilo que temos de mais importante que é a vida, você estar diante de uma faca de uma arma de fogo. Então é importante que tenhamos o controle disso porque expõe, é um roubo de rua, mas não foi homicídio, mas durante um roubo de rua pode ter um desdobramento de homicídio, então nós estamos focados nestas questões, o Governo municipal está investindo pesado no monitoramento, perto de R$ 8.000.000,00, vamos ter mais de mil câmeras espalhadas pela cidade, cada uma com seu objetivo, cinturão de segurança na área comercial, onde circulam muitas pessoas, circula o dinheiro consequentemente as pessoas ficam mais expostas, os principais eixos onde a circulação de pessoas é maior, estamos tendo um software testado na segurança pública que estamos trazendo para Volta Redonda, fora as outras ações. Estamos fazendo um grande desenho desenvolvido por todas as forças de segurança para atingirmos resultados satisfatórios.


UA - É real que o grande problema de segurança em Volta Redonda, é de algumas pessoas que vem de fora praticar o crime aqui?

LH - O crime está inserido no mundo todo. O que algumas pessoas aproveitam são as oportunidades que nós não queremos criar para que eles não se estabeleçam e aumente a criminalidade.


UA - Dificultar ao máximo a vida de quem quer praticar delitos?

LH- Muito, dificultar bastante, já começamos uma ação contra as motos barulhentas com a Polícia Civil, Polícia Militar e a Guarda Municipal fizemos uma reunião de trabalho e achamos uma solução para que isso possa ser combatido de uma forma mais incisiva. Já estamos fazendo acompanhamento da população em situação de rua, sabemos que muitas pessoas precisam, mas existem os locais adequados para que eles possam realmente absorver tudo aquilo que eles necessitam.


UA - A eterna questão do som alto, as pessoas se sentem desrespeitadas, existe alguma ação para conter isso?

LH- Com relação a alguns veículos, sabemos que às vezes eles produzem um som que não é compatível, num volume ensurdecedor, as pessoas esquecem que na cidade inteira existem crianças, idosos, pessoas enfermas, animais que sofrem também com o som excessivamente alto. Nossa Cidade é tipicamente industrial, temos pessoas que trabalham em sistema de turnos e precisam ter o sono preservado até para se evitar acidentes de trabalho, veja quanta coisa, e quando essa pessoa que pratica som alto é abordada pelas forças de segurança, a ́primeira coisa que dizem é, vocês têm é que prender bandidos, esse é o discurso deles, mas o direito de um começa onde termina o do outro. Podem saber que vamos estar nas ruas fiscalizando junto com os órgãos de segurança para obtermos bons resultados.


UA - Como será o relacionamento da secretaria de Ordem Pública com as associações de moradores e a população em geral?

LH - Vamos fortalecer isso cada vez mais, já disse nessa entrevista, que não acredito em sucesso da segurança pública sem a participação efetiva da comunidade. Se a gente for falar de falta de efetivo, falar da precariedade das viaturas, se conversarmos com qualquer setor as reclamações serão as mesmas, então temos que nos reinventar, e aí entendo que a participação da sociedade que transita na Cidade inteira, pode me ajudar a encurtar esse caminho entre as forças de segurança e o errado. Por isso fortalecemos a UGC (Unidade de Guarda Comunitária) para que fique 24 horas antenada com os problemas das comunidades.


UA - E as comunidades entendem bem essa relação com vocês?

LH - Sim, na nossa primeira passagem por aqui, nós capacitamos as associações para que elas entendessem qual é o papel do cidadão e da cidadã na segurança, isso foi um grande sucesso, graças a Deus, grande parte daqueles representantes ainda permanece na ativa nos seus bairros, e vamos promover cursos, já fizemos reuniões, temos um grupo de whatsapp com todas as associações, vamos fazer uma parceria vitoriosa porque necessitamos desse apoio, entendemos que o presidente ou a presidente da associação que representa o bairro, foi eleito ou eleita pela sua comunidade dentro da legalidade, vai entender o seu papel nesse projeto tão importante.


UA - Ainda estamos na pandemia, como vcs tem lidado com ela, verão, finais de semanas, praças, aglomerações e etc?

LH - Então estamos acompanhando os decretos, normalmente direcionados pela Secretaria de Saúde que sabe dessas necessidades, e como fizemos desde o início, acompanhamos, apoiamos e trabalhamos para que o decreto seja cumprido.


UA - Como aconteceu esse convite do prefeito Neto para assumir essa secretaria e como foi seu reencontro com Volta Redonda?

LH - Eu na verdade, nunca deixei Volta Redonda, mas a gente percebe que a segurança pública, tem questões muito mais contundentes, apesar de todos os esforços dos profissionais de segurança as oportunidades acabam fazendo o crime se robustecer. Sabemos que Volta Redonda é uma cidade muito visada, então é normal que o crime a procure. Gosto muito da cidade e tenho a certeza de que vou procurar fazer o melhor para que as ações de segurança sejam cada vez mais efetivas e claro fiquei muito feliz com o convite do amigo e Prefeito Neto, ele ligou e existem convites que não podemos recusar de maneira nenhuma.


UA - Volta Redonda, é uma cidade segura?

LH - Isso infelizmente não existe em lugar nenhum do mundo, o crime não é uma coisa que se possa controlar, até porque nós não conseguimos estar em todos os lugares ao mesmo tempo. Mas asseguro a população que Volta Redonda tem as forças de segurança focadas na redução da violência.


UA - Alguma mensagem para Volta Redonda?

LH - Que confiem em nosso trabalho, sabemos que segurança pública é importante para todos, afeta a nossa casa, nosso lazer, por isso precisamos nos unir para que o crime seja sempre combatido de forma inteligente.

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