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VR: Médicos terceiros que trabalham no Hospital São João Batista enviam vários pedidos de dispensa
Prefeito Samuca Silva ressalta que a população não será afetada com o impasse entre os profissionais e a Organização Social que faz a gestão da unidade

Vários médicos terceiros que trabalham no Hospital São João Batista (HSJB) sem vínculo empregatício direto e contratados via OS enviaram pedidos de dispensa. Os médicos destacam razões diversas, como falta de insumos básicos e a intenção do hospital de instalar uma área de leitos para Covid-19. Eles revelaram descontentamento com o fato do novo setor ser acrescentado sem contratação de novos profissionais, “sobrecarregando a equipe e prejudicando assim o atendimento aos pacientes”. Outro motivo de insatisfação apresentado pelos médicos são salários estão atrasados pela OS que administra o hospital.

O delegado do Cremerj (Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro) em Volta Redonda, Felipe Canavez, declarou que existe uma insatisfação muito grande dos médicos com a qualidade de trabalho. "Isso é um fato. Na verdade, o Cremerj participou de uma fiscalização no mês passado e chegou a ver alguns problemas lá no Hospital São João Batista. Muitos problemas vêm sendo trazidos para a delegacia, principalmente desde que veio essa OS que assumiu o São João Batista, e parece que existe uma falta de diálogo muito grande entre os médicos e a direção”.
O prefeito de Volta Redonda, Samuca Silva, realizou uma reunião para debater a situação dos médicos do pronto socorro do Hospital São João Batista e da Organização Social (OS) que faz a gestão da unidade. O encontro foi com membros da Procuradoria Geral do Município, Secretaria de Saúde e Gabinete de Estratégia Governamental. Samuca criou uma comissão para acompanhar a próxima reunião entre os médicos e a OS, que acontecerá na próxima terça-feira, às 19 horas.
O prefeito disse que é importante a população não ser afetada com o impasse entre os profissionais e a OS. "Nenhum profissional deixou a unidade oficialmente. Estamos acompanhando o problema e atuando para resolver as arestas criadas diante do vínculo profissional entre eles”, informou Samuca, ressaltando que a população não será prejudicada. “Há uma divergência técnica sobre as metas da OS, valores repassados e o referido desconto de valores, mas nem os médicos e nem população vão sofrer. Entretanto, a gestão pelos técnicos da secretaria de Saúde está ocorrendo e determinei a regularização dos repasses à OS para, posteriormente, efetuarmos possíveis descontos no contrato", disse Samuca.
Durante a reunião, foram avaliadas as metas cumpridas pela OS, os protocolos e demais procedimentos. Segundo a secretária de Saúde, Flávia Lipke, a equipe está acompanhando as conversas entre OS e médicos. "A OS tem metas a cumprir e a prefeitura está com pagamento em dia junto à entidade. Lógico que é um momento de pandemia e há corte em todos os contratos da prefeitura. Mas garantimos que a unidade está funcionando normalmente e a população não será afetada", completou Flavia.